Inofensivas balas

Pleno vôo

O mundo nunca mais foi o mesmo depois da descoberta da pólvora. E jamais foi o mesmo depois que inventaram as armas de fogo.

Um dia, conversando com um amigo, policial e instrutor de tiro, fiz a ele diversas perguntas sobre o significado de se atirar em alguém. Até que, num determinado momento ele me convidou para um treinamento. Passada a euforia inicial, que deve ter durado uns poucos minutos, eu me arrependi de ter aceito o convite. E não pensem vocês que fui lá empunhar uma arma. No dia seguinte, disse a ele que realmente eu não tinha condições de fazer aquilo. Nem mesmo como treinamento.

Em 1835, um jovem americano de 21 anos, chamado Samuel Colt, realizou aquele que é considerado um dos maiores feitos da história mundial, aumentando enormemente as possibilidades belicistas. Os armamentos existentes até então disparavam apenas uma munição por recarga, e passaram a fazê-lo com 5 ou 6  munições. No tempo em que ele era marinho, num momento contemplativo, ao observar o funcionamento do eixo tracionador de um navio, ele teve a “brilhante” idéia de anexar à arma de fogo, um tambor que, após efetuado um disparo, girava e recarregava a arma, deixando-a pronta para um novo tiro. Como dizia a minha avó: “cabeça vazia, oficina do diabo!” Samuel Colt tornou-se rapidamente um rico fabricante de armas. O revólver inventado por ele recebeu o seu nome. E até mesmo um slogan com a nova patente exaltava seu valor: “Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais”.

Os noticiários de hoje dão notícias de balas perdidas. Sim, elas não encontram o alvo perfeito. O inimigo. Nem mesmo ele deveria ser alvejado. Pelo menos, tudo deveria ser feito para assim evitá-lo. E fico aqui pensando em milhões de vidas que se perderam ao longo de tantos anos, em decorrência do uso dessas armas. Alguém puxa um gatilho. Terrível engenho, projétil disparado a 700 km/h, capaz de ferir gravemente, de matar. Nem é bom pensar.

Em 1854, na região da Criméia, na Rússia, um caçador ucraniano descobriu num campo de batalhas, um raro artefato: dois projéteis (um disparado por um soldado francês e outro por um russo, colidiram em pleno vôo. Para os pesquisadores a probabilidade de isso acontecer é de um em um bilhão. E encontrá-los também, foi um grande lance de sorte.

Duas balas viajando a uma velocidade incrível. Chocando-se no ar e caindo naquele lugar perdido do mundo.  Inofensivas balas sobre a relva.

Na foto, um dos projéteis encontrados.

Fontes de consulta: Wikipédia e Imagens Históricas.

Eduardo

07/06/13


One Comment on “Inofensivas balas”

  1. galeota disse:

    Olá, Eduardo,
    Obrigada pela sua visita ao meu blog.
    Muito bom o seu texto. Continue a escrever.
    Até breve.


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